Leia isso se você estiver tendo um dia ruim

Quando eu era mais nova (aliás, não tão mais nova assim), eu sentia quase um desespero quando percebia que meu dia não ia ser muito legal. Eu sofria por achar que não ia ser capaz de reunir dentro de mim a energia necessária para passar pelas próximas horas. E essa angústia toda, claro, só piorava a situação. Li uma vez em um livro (e não, não vou lembrar qual) que o ser humano tem a incrível capacidade de estar triste e ficar mais triste ainda por estar triste. Faz sentido?

Até que eu finalmente entendi o sentido da frase “A dor precisa ser sentida”, do filme “A Culpa É as Estrelas” (esse, pelo menos, eu lembrei). Foi o dia em que eu resolvi acolher a minha tristeza. Ficar abraçadinha com ela. Olhar para ela e dizer: “ok, eu entendo por que você está aqui e aceito isso”. Senti-la verdadeiramente, sem desespero, sem angústia. Porque, quando a gente tenta ignorar a presença dela, o bicho pega. Ela começa a gritar. Espernear. Fazer um escândalo e desarrumar tudo dentro de você. Melhor deixar que ela se manifeste de forma mais branda, não é mesmo?

E foi o que eu fiz. Inclusive, deixei que ela me contasse como nós podíamos sobreviver àquele momento da melhor forma. Afinal, eu ainda precisava trabalhar, ver pessoas, comer, enfim, viver. Compartilho, agora, o que ela me ensinou sobre os dias ruins.

Que você pode ser sua maior fortaleza…

Pegue um papel, uma caneta e escreva tudo o que você queria que alguém dissesse para você. Lembre o quão forte você é. E quantas situações ruins você já sobreviveu. E que você é totalmente capaz de enfrentar mais um desafio, porque já passou por muitos outros e ainda está aqui para contar a história. Como você pode perceber, os clichês são bem-vindos, rs.

… mas algumas pessoas também podem ajudar.

Só cuidado com quem você vai recorrer. Garanta que seja alguém que verdadeiramente acolha o que você está sentindo. Que não vá te julgar e muito menos querer oferecer fórmulas prontas para você melhorar. Alguém que pergunte como pode te ajudar. Que ofereça o ombro e os ouvidos.

Que às vezes é melhor não mergulhar demais na fossa…  

Se seu coração está partido, não me vá escutar músicas românticas e tristes que façam a ferida doer ainda mais (eu, por exemplo, fujo da “I’ll never love again”, da Lady Gaga). O problema de afundar demais na própria tristeza é que as coisas começam a ficar escuras demais. E sair desse buraco fica ainda mais difícil. Então, não cave fundo, ok? Não teste seus próprios limites nesse caso.

… mas desabafar é necessário.

Uma amiga uma vez me disse que toda fase ruim tem o “momento de falar”. Então, fale. Fale tanto sobre o assunto que está machucando até que vire algo monótono e repetitivo. Até que você consiga tocar nele sem derramar uma lágrima. Até que, racionalmente, você fique exausto(a) dele, mesmo que o coração ainda não acompanhe esse processo de desapego. Pelo menos a sua mente já cansou.

E que um dia melhor sempre vai chegar…

Pode ser que amanhã você acorde se sentindo muito melhor. Ou não. Pode ser que depois de amanhã seja o dia de estar mais animado(a). Ou não também. Não tem problema, contanto que você não perca a fé. Tem horas que só o que nos resta é ter paciência. Sobretudo com nós mesmos(as) e com os nossos sentimentos.

… mas que você ainda precisa viver este.

O dia difícil não precisa ser jogado fora. Porque ele é um aprendizado. Ele é uma oportunidade de se reconectar com você e com as pessoas que te amam. Ele é tão necessário quanto os bons. Ele te fortalece, ainda que você não perceba. Portanto, viva-o. Escreva cartas, fale com pessoas, escute músicas mais brandas, chore, desabafe e seja paciente. Quando você menos esperar, tudo vai estar melhor. Prometo.

Ana Luísa de Oliveira

Jornalista, escritora e produtora de conteúdo freelancer. Busca inspirar as pessoas a se conectarem com o que é importante para elas.

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